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O perigo das sementes pirata

A semente é considerada a chave do sucesso para uma boa plantação e muita gente sabe disso, por isso precisa ser vista como um investimento.

Conforme levantamento feito pela Conab em março de 2020, o custo da semente representou 8% do custo total da cultura de soja no Mato Grosso, principal estado produtor. O valor fechou em uma média de R$ 225 por hectare. Na Bahia o valor sobe para R$ 393/ha e no Tocantins R$ 423/ha.

De olho neste alto custo muitos comerciantes, jogam no mercado a oferta das conhecidas sementes piratas, se valendo de menor preço para ganhar clientes. Mas o barato sai muito caro, uma vez que a semente ilegal não oferece as mesmas características das originais.

Todo produto vegetal vendido como semente, mas que não tenha passado por um sistema formal de produção, seguindo as normas e padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, pode ser considerado pirata.

O presidente da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (ABRATES) e pesquisador da Embrapa Soja, Francisco Krzyzanowski explica que “semente não é apenas um grão que germina. A semente tem características genéticas, físicas, fisiológicas e sanitárias que a distingue de um simples grão que tenha potencial de germinação, característica da semente pirata”.

Hoje a semente leva ao campo avanços genéticos promovidos por anos de pesquisa, resultando em melhores plantas, ganho de produtividade e consequentemente, alimentos a preços competitivos. Benefícios que são interessantes não apenas aos agricultores, como para toda a sociedade.

A semente pirata por sua vez traz riscos concretos, e não apenas para o produtor mas também para toda a cadeia produtiva da agricultura pois além de não garantir uma boa produtividade pode potencializar o gasto com agroquímicos e manejos como para a fitossanidade da lavoura. Também como não passm por nenhum controle podem trazer pragas e plantas daninhas, inclusive reintroduzindo doenças que estavam erradicadas em determinada região.

“Um grão pirata não assegura que todos esses parâmetros de qualidade estejam presentes em sua plenitude. Portanto, o grande risco é do agricultor, que o adquire e sobre ele coloca todo seu investimento econômico para a produção da sua lavoura”, alerta o pesquisador.

 

 

Data: 05/10/2020

 

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